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  • Cooperativa Cooperserra transforma resíduos de maçã em novos produtos com apoio do Estado

    Cooperativa Cooperserra transforma resíduos de maçã em novos produtos com apoio do Estado

    FOTOS Will Nieckarz/ Sape Divulgação SerraSCNotícias

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    O que antes era descartado como resíduo da produção de sucos agora se transforma em farinha e farelo de maçã, agregando valor e sustentabilidade à cadeia produtiva. A inovação é resultado de um projeto da Cooperativa Cooperserra, de São Joaquim, que implantou uma moderna unidade de processamento com apoio do Programa Financia Agro SC – Arranjos Produtivos Locais (APL), da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Sape).

    A iniciativa foi viabilizada por meio de financiamento de R$ 1 milhão do Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (FDR). O projeto foi elaborado em parceria com a Epagri e aprovado pelo Conselho de Desenvolvimento Rural (Cederural).

    A nova unidade de processamento, em funcionamento há três meses, já produz maçã desidratada crocante, além da farinha e do farelo. Segundo o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini, o projeto é um exemplo de política pública eficaz:

    “Quando conseguimos transformar o que antes era descartado em novos produtos, estamos criando oportunidades reais de crescimento para os agricultores familiares. Esse projeto mostra como a inovação e o apoio do Estado podem gerar renda e sustentabilidade”, destacou Chiodini.

    Cooperativa Cooperserra transforma resíduos de maçã em novos produtos

    Parceria entre pesquisa e agricultura familiar

    O projeto foi desenvolvido com acompanhamento técnico da Epagri, que identificou a oportunidade de ampliar a linha de produtos a partir do bagaço da maçã — subproduto abundante da produção de sucos.

    De acordo com Marlon Couto, gerente regional da Epagri em São Joaquim, o trabalho conjunto entre pesquisa, extensão e agroindústria foi decisivo:

    “Em apenas 12 meses, confirmamos retorno econômico e mostramos como a parceria entre pesquisa e agricultura familiar gera inovação e sustentabilidade. A Cooperserra soube enxergar valor no que antes era resíduo”, explica.

    Fundada em 1977, a Cooperserra reúne 115 associados, sendo 66% agricultores familiares. Para o presidente da cooperativa, Mariozan Correa, a diversificação é um marco na história da entidade.

    “Nós tínhamos a matéria-prima e agora estamos aproveitando tudo com valor agregado, produzindo farinha e chips de maçã. Para a agricultura familiar, isso é um grande diferencial”, celebra Correa.

    Apoio do Financia Agro SC – APL

    O Programa Financia Agro SC – Projeto Arranjos Produtivos Locais (APL) incentiva investimentos coletivos realizados por cooperativas e associações rurais, fortalecendo cadeias produtivas e promovendo geração de renda e competitividade regional.

    Os financiamentos podem ser solicitados por grupos com mínimo de 10 famílias participantes, organizados em cooperativas ou associações. O crédito é sem juros, com prazo de até cinco anos para pagamento e limite de R$ 500 mil por projeto, podendo chegar a R$ 1 milhão por Unidade de Gestão Técnica da Epagri (UGT).

    O programa tem sido essencial para modernizar agroindústrias, estimular a sustentabilidade e ampliar mercados para pequenos produtores em todas as regiões de Santa Catarina.

    Sustentabilidade e desenvolvimento regional

    Com a nova unidade, a Cooperserra não apenas evita o descarte de resíduos, mas também cria novas oportunidades de renda e fortalece o setor agroindustrial da Serra Catarinense.

    A experiência da cooperativa demonstra como iniciativas sustentáveis aliadas ao crédito orientado e à assistência técnica qualificada podem transformar o campo e gerar impactos positivos para toda a comunidade rural.

  • Santa Catarina deve colher 615 mil toneladas de maçã na safra 2025/26, aponta Epagri/Cepa

    Santa Catarina deve colher 615 mil toneladas de maçã na safra 2025/26, aponta Epagri/Cepa

    FOTO: Aires Mariga/Epagri Divulgação SerraSCNotícias

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    São Joaquim, SC – A produção de maçãs em Santa Catarina deverá atingir 615 mil toneladas na safra 2025/26, segundo as primeiras estimativas divulgadas nesta segunda-feira (29) pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa). O número representa crescimento de 28% em relação ao ciclo anterior, impulsionado por uma alta de 28,4% na produtividade média, que deve chegar a 35,7 mil quilos por hectare, mesmo com redução de 0,3% na área cultivada.

    A variedade Fuji lidera o cultivo no estado, ocupando 53,8% da área plantada e 51,2% da produção prevista. Logo atrás vem a Gala, com 44,3% da área e 47,2% da colheita. As maçãs precoces respondem por apenas 1,9% da área e 1,6% da produção.

    A região dos Campos de Lages se mantém como o principal polo produtor, concentrando 83,1% da produção estadual, seguida de Joaçaba (11,2%) e Curitibanos (5,6%). Com o bom desempenho esperado, o setor prevê melhor rentabilidade e preços mais competitivos no mercado interno.

    Outras culturas também apresentam bom desempenho, mas exigem cautela

    As estimativas da Epagri/Cepa incluem ainda projeções para arroz, soja, milho, feijão, banana e tabaco. A tendência é de aumento na produtividade média em diversas culturas, embora os analistas alertem para uma possível queda nos preços, especialmente dos grãos.

    “O aumento da oferta interna na safra anterior pressiona os preços e exige atenção dos produtores. É o momento de rever estratégias e ajustar áreas de plantio para equilibrar custos e retornos”, explica Glaucia Padrão, analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa.

    Milho volta a crescer após anos de retração

    Após sucessivos ciclos de queda, a safra 2025/26 de milho grão deve apresentar alta de 0,83% na área cultivada, com produtividade média estimada em 8.735 kg/ha — uma das melhores marcas da série histórica. A produção deve alcançar 2,25 milhões de toneladas.

    O mercado doméstico segue com preços estáveis e leve tendência de alta, sustentado pela demanda de rações e etanol. Em Santa Catarina, 34% da área prevista já foi semeada, beneficiada pelas chuvas regulares.

    Silagem e feijão: expansão e ajuste de áreas

    O milho para silagem também deve crescer 1,03% em área, embora o avanço tenha sido lento devido às temperaturas baixas de agosto.

    No caso do feijão, há redução de 5,67% na área plantada, mas a produção deve aumentar 5,36%, atingindo 67,3 mil toneladas, graças à maior produtividade média. O cultivo perde espaço para soja e milho na primeira janela de plantio, mas se mantém relevante.

    Banana e tabaco em alta; arroz e soja recuam

    A produção de bananas deve somar 770 mil toneladas, alta de 0,3% sobre o ciclo anterior. A banana-caturra continua dominante, representando 82,4% da produção. O Norte e o Vale do Itajaí concentram 84,7% da produção estadual, enquanto o Sul responde por 15,3%.

    O tabaco, por sua vez, vive uma retomada: a área cultivada deve crescer 3,94%, chegando a 97.126 hectares, com produção estimada em 233.782 toneladas, alta de 3,49%. Regiões como Criciúma, Araranguá e Tubarão registram forte expansão — acima de 20% — impulsionadas pela boa rentabilidade.

    Já o arroz deve recuar após o recorde de 2024/25, com redução de 1,29% na área plantada e queda de 4,91% na produtividade, somando 1,22 milhão de toneladas.
    A soja também deve encolher 1,75% em área, movimento associado à queda dos preços e à migração de áreas para milho e tabaco.

    Panorama agrícola orienta o planejamento da nova safra

    As projeções da Epagri/Cepa são resultado de um levantamento detalhado com extensionistas, cooperativas, prefeituras e sindicatos rurais. Os dados passam por análises estatísticas e reuniões técnicas, garantindo estimativas consistentes para área, produção e produtividade em todas as regiões do estado.

    “Essas informações orientam o planejamento e as decisões de plantio, permitindo que o produtor catarinense atue com mais segurança e eficiência”, reforça Glaucia Padrão.

    O relatório completo da safra de verão 2025/26 pode ser conferido no portal da Epagri/Cepa, com gráficos, dados regionais e análises de mercado.