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Ambientes climatizados e com baixa umidade do ar estão diretamente associados ao agravamento da síndrome do olho seco durante o verão. Estudos recentes indicam que o uso intenso de ar-condicionado pode reduzir em até 40% a umidade relativa do ar, favorecendo o ressecamento da superfície ocular e o surgimento de sintomas como ardência, sensação de areia e visão borrada.
Uma pesquisa realizada com 120 pessoas expostas diariamente a ambientes refrigerados mostrou que 62% relataram piora dos sintomas, reforçando a relação entre climatização intensa e desconforto ocular, especialmente nos meses mais quentes.
Por que o verão piora os sintomas
Segundo o presidente da Sociedade Catarinense de Oftalmologia, Dr. André Frutuoso, o aumento das queixas é recorrente nesta época do ano. Ele explica que a combinação de altas temperaturas, permanência prolongada em ambientes fechados e uso contínuo de ar-condicionado compromete a estabilidade do filme lacrimal, responsável pela lubrificação natural dos olhos.
Além disso, o verão costuma alterar a rotina das pessoas, com viagens longas de carro, permanência em hotéis, aeroportos e shoppings e maior tempo em meios de transporte climatizados. A alternância constante entre o calor intenso ao ar livre e o ar frio e seco em ambientes internos acelera a evaporação da lágrima, intensificando o desconforto.
Oscilações de clima intensificam o problema em Santa Catarina
Em Santa Catarina, o impacto tende a ser ainda mais acentuado. Dias de calor intenso e alta umidade ao ar livre contrastam com ambientes internos refrigerados e secos, especialmente em regiões urbanas e no litoral durante a alta temporada.
Essa variação brusca de microclima afeta diretamente a superfície ocular e ajuda a explicar o aumento da procura por atendimento oftalmológico no estado durante o verão.
Relatórios do Tear Film & Ocular Surface Society (TFOS) apontam que ambientes internos climatizados estão entre os principais fatores ambientais relacionados à piora da doença. O uso prolongado de computadores e celulares, comum no trabalho e no lazer, também reduz a frequência do piscar e contribui para o ressecamento ocular.
Como prevenir e aliviar o olho seco no verão
Para reduzir os impactos da síndrome do olho seco, a Sociedade Catarinense de Oftalmologia recomenda algumas medidas simples:
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Manter boa hidratação, ingerindo água ao longo do dia
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Ajustar a temperatura do ar-condicionado, evitando frio excessivo
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Não direcionar jatos de ar diretamente para o rosto
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Fazer pausas visuais durante o uso prolongado de telas
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Procurar avaliação oftalmológica em caso de dor, ardência ou desconforto persistente
Com o verão marcado por calor elevado, deslocamentos frequentes e longos períodos em ambientes climatizados, o Dr. André Frutuoso reforça a importância de reconhecer os sinais precocemente e buscar orientação especializada desde o início dos sintomas.
